sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O gado e a erva-mate


Um dos atrativos aos bandeirantes na região missioneira do Alto Uruguai foi a introdução de gado em 1634. O gado introduzido pelos jesuítas em pequeno número, propagou-se nos currais e estâncias. Porém, os ataques dos bandeirantes fizeram com que os jesuítas resguardassem o gado em grandes campos e esconderijos naturais, chamados Vacarias. A primeira foi a Vacaria do Mar, ao sul do Rio Jacuí, onde o gado se desenvolveu e procriou durante os anos de abandono após o fim do primeiro ciclo missioneiro.

No início do século XVIII, dá-se início a Vacaria dos Pinhais, nos Altos do Planalto do rio Uruguai, onde os padres introduziram o gado em vastos campos protegidos por grandes matas de pinheiro impenetráveis. Durante o auge das reduções, essas vacarias tonaram-se estâncias, que se estendiam por milhas e onde o gado era criado a fim de abastecer o consumo de carne dos trinta povos.

Da mesma forma, ocorria com os ervais que eram cultivados pela comunidade a fim de abastecer as rações de erva-mate (Ilex Paraguariensis) nos povoados. O costume de beber o chimarrão, bebida que possuia ligação com os feiticeiros guarani, não conseguiu ser extinto pelos padres jesuítas. Assim, os missionários destinaram uma pequena ração diária da erva por família.

Conforme Buxel (1987:84-85) extensos ervais se estendiam ao longo dos domínios dos Sete Povos, muitos se localizavam a 500 ou 800 Km de distância o que tornava o trabalho dispendioso para os guarani missioneiros que colhiam a erva para a redução e também para a exportação, pois em Buenos Aires alguns artigos era comprados em troca da erva.

O hábito de tomar o chimarrão espalhou-se pela América Latina e ainda hoje no Rio Grande do Sul é um hábito amplamente cultivado.


Fonte:
BRUXEL, Arnaldo. Os trinta povos Guaranis. Porto Alegre: EST/Nova Dimensão, 2ª ed. 1987.

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