Foi em 22 de março de 1958, exatamente 51 anos atrás que ocorreu a inauguração do Cinema Cisne através de seus sócios proprietários Marcelo Mioso, Hélio Carlos Panzenhagen e Fiorindo Fantinelli. O cinema era na época um moderno espaço voltado para a sétima arte, referência em nossa cidade, região e estado.
Muitos capítulos viriam a se desenrolar na história do cinema Cisne. Uma história de garra, persistência e muita luta. Como todo grande filme repleto de emoção, altos e baixos o enredo da história da família Panzenhagen e sua luta para manter viva a sétima arte em Santo Ângelo pode ser estampada através das manchetes dos jornais locais. Em 1987, quando Flávio Panzenhagen assume a administração do cine Cisne juntamente com seu pai Hélio, o movimento do cinema já não era mais aquele de outras épocas e o grande número de sócios insatifeitos com a empresa anunciavam a possibilidade do cinema fechar as portas para fugir das dívidas. Porém aos poucos, pai e filho unidos enfrentaram as dificuldades e mantiveram o cinema em atividade ao longo desses 51 anos.
Ainda hoje o Cisne ostenta o título de “maior tela do Rio Grande do Sul” e guarda dentro de suas paredes, em sua tela, em cada poltrona, inúmeras histórias.
Ao longo desse mais de meio século, acalentou sonhos de mocinhas enamoradas pelos galãs holliwodianos, a agitação da gurizada nas batalhas do velho oeste, no riso que ecoava pelo gigantesco espaço quando Chaplin ou Mazzaropi aprontavam das suas. Que menino não desejou ser um Tarzan, um Batman, um Superman, um Homem Aranha? E qual deles não se sentiu realizado por alguns minutos em frente à tela do Cisne? Quantos casais apaixonados não namoraram nessas poltronas ao som, e na penumbra ofuscada pelos rápidos flashes de imagens, dos grandes clássicos do cinema mundial?
Não foram poucas as vezes em que o cinema esteve na iminência de sua última sessão nesses últimos anos. Mas Flavio nunca desistiu e contou com a ajuda de muita gente, do setor público, privado, dos amigos, da comunidade e de inúmeros anônimos, apaixonados pela sétima arte. Todos segundo palavras do próprio Flávio de uma forma ou de outra auxiliaram não só na recuperação do Cisne como na possibilidade de expansão da atividade que hoje deixa de ser um sonho e se torna realidade através do Mini Cisne.
Na inauguração do Cine Belvedere em 26 de fevereiro de 1972, na Zona Norte da Cidade, o Mini Cisne já era um sonho para o Sr. Hélio Panzenhagen e demais sócios da empresa Cine Missioneira Ltda. Sendo anunciado pelos principais meios de comunicação da cidade como “uma verdadeira jóia que Santo Ângelo ganhará”.
A idéia inicial era inaugurar a nova sala nas festividades do centenário da emancipação político-administrativa de Santo Ângelo, em 1973.
Hoje fazem quase quatro décadas do inicio desse “Sonho”. Um sonho que “O vento (quase) levou” devido aos “Tempos Modernos” do vídeo cassete e do Dvd. Mas o Cisne tornou-se um “Clube da Luta” intercalando momentos de “Guerra e paz”, e como a “Estrada da Vida” é cheia de surpresas, hoje se abre uma “Fenda no tempo” e através de uma “Corrente do bem” o “Último dos moicanos” realiza, como um legítimo “Pagador de promessas”, o que antes estava “A esperade um milagre”... Infelizmente hoje não se tem a presença do “Poderoso Chefão” daquele que tanto sonhou e lutou por esse projeto, mas que junto “A Cidade de Deus” assiste hoje a nossa “Terra em transe” ao tornar-se realidade um desejo de amor de um “Amor, sublime amor” à arte e a cultura, e que em justa homenagem leva seu nome.
A empresa Cine Missioneira Ltda. tem o orgulho de entregar a “Cidade dos Anjos” a sala de cinema Hélio Carlos Panzenhagen".
Ano de sua inauguração estava eu com dois anos de idade,e já na infância passei a ir aos matinês, hoje com emoção relembro dias felizes ao me encontrar com esta matéria divulgando épocas passadas.
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