terça-feira, 18 de agosto de 2009

A cidade e suas transformações

Praça Pinheiro Machado no ano de 1900.


Essa imagem, a mais antiga que se tem registro da Praça Pinheiro Machado e seu entorno, remonta a Vila de Santo Ângelo, muito distante do que vemos hoje no Centro Histórico do nosso município.
Na foto podemos vislumbrar ao fundo a Igreja da Vila, erguida sobre o local que antes havia abrigado o templo do povoado missioneiro. Ao lado esquerdo da Igreja Matriz, no local que antes fora o cemitério da redução, foi erguido o prédio da Intendência Municipal, que abrigava também o quartel, a cadeia e o fórum da comarca. Ao lado ainda podemos ver as casas que hoje são o Museu Municipal e o prédio da Moto Peursi (esses merecem escritos individuais sobre sua história), construídos no espaço que antes dava lugar às casas dos guarani da redução.
Essa foto nos remete a pensar sobre os signos impressos nas cidades. Como se fosse um organismo vivo, movido pelos desejos humanos, a cidade se desfaz e se refaz. Está sempre em movimento.
A historiadora Sandra Pesavento deixou essa percepção de cidade, quase que poeticamente registrada nas seguintes palavras:
“... a cidade foi, desde cedo, reduto de uma nova sensibilidade. Ser citadino, portar um ethos urbano, pertencer a uma cidade implicou formas, sempre renovadas ao longo do tempo, de representar essa cidade, fosse pela palavra, escrita ou falada, fosse pela música, em melodias e canções que a celebravam, fosse pelas imagens, desenhadas, pintadas ou projetadas, que a representavam, no todo ou em parte, fosse ainda pelas práticas cotidianas, pelos rituais e pelos códigos de civilidade presentes naqueles que a habitavam. Às cidades reais, concretas, visuais, tácteis, consumidas e usadas no dia-a-dia, corresponderam outras tantas cidades imaginárias, a mostrar que o urbano é bem a obra máxima do homem, obra esta que ele não cessa de reconstruir, pelo pensamento e pela ação, criando outras tantas cidades, no pensamento e na ação, ao longo dos séculos.”


Um comentário:

  1. Darlan,parabens pela militância,isso é o mais importante.Fico muito feliz quando noto um interesse de um pessoal jovem em manter a memória,que é um bem perene que temos.

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