segunda-feira, 31 de maio de 2010

A CENTENÁRIA PRAÇA PINHEIRO MACHADO


A praça Pinheiro Machado está entre as mais populares da cidade, sendo cúmplice com a majestosa Catedral, tornando- se um largo onde a comunidade se faz presente. Palco da solenidade de formandos do ensino superior, bem como onde o patriotismo é demonstrado na semana da Independência, através de discursos inflamados, contendo esperança, críticas e sonhos, na busca de alternativas para uma cidade em construção. Praça da comunidade, dos mendigos, da cigana Milka, da banca de revistas, dos pastéis, dos churros, dos sorvetes, dos picolés, pipocas e algodão doce . Reveladora também dos namoros ocultos, da prostituta em busca de aventura e do homem e mulher acolhidos em sua solidão. A praça Pinheiro Machado foi assim determinada pelo decreto nº6 de 11 de agosto de 1897.
Em busca de dados já realizados para o projeto da educação patrimonial encontramos algumas curiosidades sobre a praça Pinheiro Machado e a seguir serão elencadas:
- o Coronel Braulio Oliveira, na Lei orçamentária para o exercício de 1905, dissertou sobre a praça Pinheiro Machado: " Esta praça continua a ser arborizada com capricho. Os claros que existiam entre os edifícios que dão para esta praça, foram tomados com grades sobre muros para ainda maior embelezamento da mesma praça.",
- no ano de 1915, foram colocados cordões de pedra grês no quadro da praça, e esta praça estava provisoriamente fechada de arame nela com o objetivo de iniciar a arborizamento.
- o monumento a José Bonifácio de Andrade e Silva, o Patriarca da Idenpendência, foi inaugurado na praça Pinheiro machado, no dia 7 de setembro de 1922. Ficava plantado bem no centro da praça e cercado de arame. No decorrer do tempo, o monumento andou de lado para outro e foi parar finalmente em 1963, no cruzamento da avenida getúlio Vargas com a Três de Outubro, em frnte ao Colégio Verzeri. Atualmente, não se encontra exposto nas ruas de Santo Ângelo;
- a partir de 1932, a praça sofreu a sua primeira grande reforma no governo de Ulysses Rodrigues. O engenheiro José Carlos Medaglia, nomeado diretor de Obras e Viação, deu- lhe uma feição moderna. Os cinamomos substituiram os plátanos, riscou- se um novo traçado, calçaram- se com lajes de concreto as faces norte e leste, que dão para as ruas Antônio Manoel e Antunes Ribas. O espaço entre os canteiros foram ajardinados. Ocorreu mudança de uma estátua, também foram comprados materiais para a extiñção de formiga e colocados 85 bancos.
Somente restou da antiga praça Pinheiro Machado o escrito na calçada em pedras de cores diferentes a seguinte frase:" Executado pelo Dr. J.C. Medaglia na Administração do Dr. Ulysses Rodrigues- 1932."

segunda-feira, 24 de maio de 2010

RUA ANTUNES RIBAS- BREVE HISTÓRIA

Rua Antunes Ribas sentido norte/sul.Aproximadamente década 40

Ao realizarmos a busca de dados sobre a rua Antunes Ribas, constatamos que no dia 20 de agosto, a via estará completando 113 anos. O ato nº1 de 20 de agosto de 1887, promulgou a lei que deu nome dessa rua da nossa cidade.Augusto César Pereira dos Santos em seus relatos deixou uma breve biografia de Antônio Antunes Ribas, que iremos transcrever: " Antunes Ribas nasceu em Santo Ângelo, no dia 8 de outubro de 1844, filho do fazendeiro Antônio Antunes da Costa e de Maria Ribas. Diplomou- se pela faculdade de Direito de São Paulo em 1868, e no mesmo ano casou- se com Lydia Roseira Ribas. Da união, nasceram os filhos Malvina Ribas e Antônio Antunes Ribas Filho. Começou a advogar em Cruz Alta e Santo Ângelo. Em 1872, transferiu- se para Porto Alegre, onde assumiu a redação do órgão liberal, " A Reforma". No ano de 1874, voltou a cidade de Santo Ângelo, como juiz Municipal do termo criado em 18 de agosto daquele ano. No ano seguinte foi eleito deputado estadual. Em 30 de setembro de 1878, fundou juntamente com Venâncio Aires e outros, a Loja Maçônica "Luz da Serra". Em 1880, foi eleito deputado federal. Pouco antes foi chefe da polícia em nosso estado e em Pernambuco. Era figura de destaque no Partido Republicano. Com a reorganização da Magistratura Estadual, Antunes Ribas recebeu outra incumbência das mais honrosas: desembargador e vice- presidente do Tribunal de Justiça . Santo Ângelo cultuou a memória de seu filho ilustre dando o seu nome a uma das principais artérias da cidade".Para Arlindo Lied ficou a lembrança da casa construída por Matheus Becker nas ruas Antunes Ribas com a esquina da Três de Outubro, na qual foi inquirido por que o diabo fazia a casa tão longe da via frente a um capão de branquilho.

Relatamos sobre a rua Antunes Ribas, mas conforme subsídios encontrados, a pesquisa será complementada. Pois essa rua é minha, é sua, é nossa rua, também do Oscar, do Yone, da Vera da Gica, dos vereadores, dos prefeituráveis, do poeta, do jornalista, do advogado, dos comunicadores, dos comerciantes e de todos os seres humanos habitáveis que influem e fluem no desenvolvimento econômico, político e social dessa artéria abençoada por Deus.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

13 DE MAIO



" Desde que a República dos Palmares foi destroçada e Zumbi foi morto, no seio do Parlamento Brasileiro começou a germinar o embrião da liberade.Como salpicos negros que em turbilhão vão surgindo e massacrando a alvura de uma tela, assim na consciência branca dos deputados começou, então, a ressaltar a effigie negra, mas sublime e heróica de Zumbi. E os Zumbis multiplicaram- se, reincarnando- se em milhares de brancos. A imprensa encarniçou- se na lucta. Não era mais a lucta com forças designaes entre negros e brancos; não era mais uma caravana de negros, resvalando miseravelmente pelos sertões do Brasil em busca da liberdade que se apresentava a elles como miragem enganadora dos desertos; não era mais a lucta da serra da Barriga contra o Brasil inteiro; mas era um novo Palmares implantado no próprio Parlameno do Império. Era preciso vencer, a razão o empunha. José do Patrocínio, o mestre da palavra, tornou- se então a garganta de onde brotavam todos os lamentos e todas as queixas dos escravos. Elle era como o acumuldor de todas as energias dos opprimidos a espalhar pela imprensa e pela tribuna, em forma de luz, o grito de revolta. E sua palavra de fogo conseguiu entrar até no próprio coração da princeza Regente, estimulando- a assignar a carta de 13 de Maio. E o Brasil inteiro rehabilitou- se desse tremendo desleixo que pesava sobre a nossa reputação de povo livre. Parece que o sangue rubro de Zumbi e de seus companheiros, diluindo- se na atmosphera, ergueu- se para formar o escarlate da aurora de 13 de Maio de 1888. Nesse dia memoravel, parece que o Amazonas e o o S. Francisco saccudiram as suas caudas immensas, expelindo os últimos restos de lodo que lhes ficava desta cruzada santa para a lberdade para purificar as aguas que haviam dixado de ter a funcção de dessedentar escravos."

O texto foi escrito pelo Dr. A.B. de Serro Azul no dia 7 de maio de 1921, e encontra- se no "Jornal A Semana ",no acervo da Hemeroteca do Arquivo Histórico Municipal Augusto César Pereira dos Santos.

Obs: respeitamos a escrita ortográfica da época.

Postado por Eunísia Inês Kilian, responsável pelo AHMACPS desde 19 de abril de 2010.